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quarta-feira, 19 de outubro de 2011

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO ESCOLAR - RELATÓRIO INDIVIDUAL DE ALUNO

Relatório Individual
Aluno (a) ________________________________________________ Série______________
Professora ________________________________________________ Bimestre _______

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO ESCOLAR


Em relação à assimilação e fixação dos conteúdos:
O aluno é excelente, independente e realiza todas as atividades.
O aluno é muito bom, porém tem necessidade de consultar a professora.
O aluno possui dificuldade, é dependente da professora, mas realiza suas atividades apesar de apresentar bastante lentidão.
O aluno possui dificuldade, é extremamente dependente da professora, não consegue realizar nada sozinho e não demonstra vontade em aprender.

Concentração e atenção às explicações em sala de aula:
O aluno é participativo.
O aluno é participativo, mas se empolga demais o que às vezes atrapalha.
O aluno participa somente quando é solicitado.
O aluno não participa da aula. Demonstra apatia.
O aluno é distraído, conversa e ainda atrapalha os demais.

Quanto à correção:
O aluno não consegue corrigir os erros sozinho, necessita que a professora lhe oriente durante a correção, seja ela no caderno ou na apostila, pois se distrai com muita facilidade.
O aluno é excelente. Consegue identificar e corrigir seus erros sem auxílio da professora seja eles no caderno ou na apostila.
O aluno não corrige certo da lousa, pois apresenta deficiência visual.
O aluno não corrige certo da lousa, devido à falta de atenção.

Quanto ao relacionamento do aluno com os colegas:
Relaciona-se bem com todos os colegas.
Não se relaciona bem com os colegas, gosta de se isolar.
Não se relaciona bem com os colegas, é agressivo.
Gosta de realizar trabalhos em grupo.
Demonstra resistência em fazer trabalhos em equipe.

Quanto à Caligrafia e desempenho do aluno em sala de aula:
O aluno é excelente, tem a letra linda, é caprichoso e não apresenta erros.
O aluno é excelente, mas por querer ser o primeiro da classe a terminar, acaba deixando a desejar no capricho e na letra.
O aluno tem uma caligrafia boa, porém com muitos erros.
O aluno tem uma caligrafia ruim, mas não apresenta erros.
O aluno tem uma letra muito bonita e sem erros, mas demora muito para copiar.
O aluno precisa fazer caligrafia (caderno).
O aluno não precisa fazer caligrafia.

Quanto à disciplina:
O aluno apresenta comportamento excelente tanto em sala de aula, como na fila.
O aluno apresenta comportamento excelente em sala, porém na fila, deixa a desejar.
O aluno conversa, porém acata as regras da sala. Uma chamada de atenção é suficiente.
O aluno é indisciplinado, cabendo ao professor chamar-lhe a atenção em muitos momentos.

Quanto ao material usado em sala e lição de casa:
O aluno realiza a lição de casa com capricho.
O aluno realiza a lição de casa sem capricho.
O aluno não realiza a lição de casa.
O aluno traz todos os materiais necessários.
O aluno esquece o material escolar.

Quanto à Leitura:
O aluno lê com fluência e entonação adequadas.
O aluno lê, mas não respeita os sinais de pontuação.
O aluno tem dificuldade na leitura das palavras.
O aluno não lê.

Quanto ao uso de óculos:
O aluno não usa óculos.
O aluno usa óculos normalmente.
O aluno mostra resistência em usar os óculos, desta forma a professora tem que solicitar constantemente que o mesmo faça uso correto.

O aluno necessita de usar óculos.


Em relação à assiduidade do aluno:
Falta muito e as mesmas o estão prejudicando no aprendizado.
O aluno não falta, exceto se for estritamente necessário.
O aluno não deverá faltar, está com excesso de faltas.
O aluno não consegue colocar o conteúdo de sala de aula em ordem devido ao número de faltas.

Em relação a seus materiais:
organiza com ajuda das professoras e inspetora.
organiza com total independência.
não consegue se organizar.
esquece freqüentemente materiais na sala.
perde freqüentemente materiais na sala.

Em relação aos responsáveis:
- “necessita” de atenção especial.
- são participativos.
- são criteriosos, indagam bastante e acompanham o desenvolvimento do filho.
- geralmente não acompanham as lições/estudo do filho, porém participam das atividades.
- não são participativos e pouco comparece às atividades.

 ________________________________                         ___________________________ 
                          Professora                                                                     Direção

Mensagens para Pais de Alunos

Quando educar?
.........................

Não educa quando impõe suas convicções, mas quando suscita convicções pessoais.
Não educa quando impõe condutas, mas quando propõe valores que motivem.
Não educa quando impõe caminhos, mas quando ensina a caminhar.
Não educa quando impõe dependências, mas quando acorda a coragem de ser livre.
Não educa quando impõe suas idéias, mas quando fomenta a capacidade de pensar por conta própria.
Não educa quando impõe o terror que isola, mas quando libera o amor que acerca e comunica.
Não educa quando impõe sua autoridade, mas quando cultiva a autonomia do outro.
Não educa quando impõe a uniformidade que doutrina, mas quando respeita a originalidade que faz a diferença.
Não educa quando impõe a verdade, mas quando ensina a procurá-la honestamente.
Não educa quando impõe uma punição, mas quando ajuda a aceitar um castigo.
Não educa quando impõe disciplina, mas quando forma pessoas responsáveis.
Não educa quando impõe autoritariamente o respeito, mas quando o ganha com autoridades de pessoa respeitável.
Não educa quando impõe o medo que paralisa, mas quando consegue a admiração que estimula.
Não educa quando impõe informação à memória, mas quando mostra o sentido da vida.
Não educa quando impõe a Deus, mas quando o faz presente na tua vida.

 

                                           
“A escola é...
O lugar onde se faz amigos, não se trata só de prédios, salas, quadros, programas, horários, conceitos... Escola é, sobretudo, gente, gente que trabalha, que estuda, que se alegra, se conhece, se estima. O diretor é gente, o coordenador é gente, o professor é gente, o aluno é gente, cada funcionário é gente.
E a escola será cada vez melhor na medida que cada um se comporte como colega, amigo, irmão.
Nada de ilha cercada de gente por todos os lados. Nada de conviver com as pessoas e depois descobrir que não tem amizade a ninguém, nada de ser como tijolo que forma a parede, indiferente, frio, só. Importante na escola não é só educar, não é só trabalhar, é também criar laços de amizade, é criar ambiente de camaradagem, é conviver, é se amarrar nela!
Ora, é lógico...
Numa escola assim vai ser fácil estudar, trabalhar, crescer, fazer amigos, educar-se, ser feliz”.
Paulo Freire
Paola Adrielli Massa
Artinmão.blogspot.com.br
 
        

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Bullying Tem Solução


Apesar de atingir muitas escolas, bullying tem solução

16 de março de 2007
sob a coordenação da
 
Agência de Notícias dos Direitos da Infância *
Durante o desenvolvimento, as crianças atravessam fases de insegurança e frustrações e podem reagir demonstrando certa agressividade. Eventualmente a expressam por meio de beliscões, puxão de cabelos e ameaças nos corredores e salas de aulas dos colégios. Se estas cenas se tornam freqüentes, é um sinal de alerta trata-se do fenômeno chamado bullying, palavra inglesa usada em todo o mundo para designar atos de violência repetitivos e intencionais praticados por um ou mais alunos contra outro(s). Um tema que requer a pronta intervenção de estudantes, professores e pais.

Pesquisa realizada pela Associação Brasileira Multiprofissional de Apoio à Infância e à Adolescência (Abrapia), em 2002, envolvendo cerca de 5.800 estudantes de 5ª a 8ª séries no município do Rio de Janeiro, revelou que 40,5% dos alunos estiveram envolvidos, seja como autores ou como alvos, em atos considerados agressivos. Segundo o estudo, as razões que levam a esta estatística são nítidas. Além de uma simples descarga de emoções, crianças e adolescentes hoje reproduzem, junto aos colegas, a violência da qual são vítimas ou pelo menos espectadoras. Nesse contexto, a escola é apontada como o principal cenário de intimidações, agressões, humilhações, assédios, difamações, apelidos, isolamento, dentre outros comportamentos agressivos.

Segundo os especialistas, o preço a pagar é alto. "As crianças que já sofreram qualquer forma de bullying, em geral, demonstram estresse e angústia. Não raro mergulham em profunda depressão e alimentam pensamentos suicidas. Por sua vez, o autor da agressão corre o risco de perpetuar este comportamento, tornando-se delinqüente e marginalizado. Todos os alunos, até mesmo os não envolvidos, costumam ser afetados, reagindo com desatenção, insegurança e medo", explica o médico Aramis Lopes, membro da comissão técnico-científica do Programa de Redução do Comportamento Agressivo entre Estudantes da Abrapia.

Na década de 90, foram realizadas importantes pesquisas na Inglaterra, na Noruega, na Espanha, no Canadá e em Portugal, que se tornaram países pioneiros nas ações antibullying, consideradas fundamentais pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Os resultados são animadores. Por meio de uma campanha de âmbito
"Algumas escolas já estão desenvolvendo suas estratégias de forma independente, o que se justifica, uma vez que o problema é complexo e de causas múltiplas."
nacional, por exemplo, a Noruega conseguiu reduzir os casos de violência nas escolas em cerca de 50%.

No Brasil, segundo Aramis Lopes, o assunto só tomou vulto a partir de 2004 quando relatos de ocorrência do fenômeno e notícias sobre programas de combate de outros países vieram a público. Para solucionar o problema, há ainda muito a ser feito. "Algumas escolas já estão desenvolvendo suas estratégias de forma independente, o que se justifica, uma vez que o problema é complexo e de causas múltiplas. No entanto, desconhecemos a existência de qualquer programa mais amplo sendo implementado pelas secretarias estaduais ou municipais de educação", acrescenta o médico.

Consultada sobre o assunto, a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (SECAD), do Ministério da Educação, assume não ter um programaantibullying específico. Mas, segundo o órgão, existem políticas para a prevenção do racismo, da homofobia, da discriminação de gênero e regional nas escolas. Para subsidiar os professores a não cometer nem deixar que seus alunos cometam estes tipos de violência, é desenvolvido um trabalho de capacitação em parceria com as secretarias municipais e estaduais de educação e ONGs. São realizados cursos e ciclos de palestras com a utilização de cartilhas, vídeos, sites e outros materiais didáticos.

Se ainda há muito a fazer, alguns passos importantes já foram dados e servem de modelo. O Programa Educar para a Paz, elaborado pela professora Cleo Fante, é um dos que merecem destaque. Doutora em Ciências da Educação pela Universidade de Ilhas Baleares (Espanha) e pesquisadora do tema, ela desenvolveu o projeto entre agosto de 2002 e dezembro de 2003, na Escola Municipal Luiz Jacob, colégio de Ensino Fundamental localizado na periferia de São José do Rio Preto (SP). Estrategicamente situado entre duas rodovias, o bairro onde fica a escola se transformou em reduto do tráfico de drogas e de extrema violência.

Quem fala com entusiasmo da experiência é Corintha Medeiros, diretora da escola na época. "Havia 495 alunos (de 1ª a 8ª séries) e começou a ser detectado um aumento dos casos que os autores franceses chamam de 'incivilidade' e os ingleses de 'bullying'. Na verdade, jamais tivemos notícias de casos de homicídio ou assalto em nossas dependências, porém sabíamos que alguns alunos e ex-alunos iam para a Febem, por infrações cometidas fora dos muros da escola", lembra.
Para subsidiar os professores a não cometer nem deixar que seus alunos cometam violências, é desenvolvido um trabalho de capacitação
A professora Corintha revela que a redução do problema foi possível com o auxílio das técnicas e da metodologia sistematizadas no livro Fenômeno Bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz, escrito por Cleo Fante. "Contando com o envolvimento de professores, funcionários, pais, alunos e corpo diretivo conseguimos
diminuir os casos de violência, que antes afetavam 66% dos alunos, para o patamar tolerável de 4%, entre 2002 e 2003", afirma.
Programa Educar para a Paz é fundamentado em princípios de solidariedade, tolerância e respeito às diferenças. Estuda-se a possibilidade de sua implantação em várias escolas particulares de todo o Brasil. Assim como nos colégios da rede pública, nestas acontecem casos de violência contra os colegas, os professores e até o patrimônio escolar é dilapidado, sob um tipo de visão muito comum entre crianças e jovens de hoje: "posso destruir porque estou pagando".

Uma das entusiastas da idéia é a presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinepe), professora Amábile Pacios. Ela defende a necessidade urgente de tornar os programas antibullying uma política pública e de levar a discussão não só a algumas, mas a todas as escolas do País. "A violência tem caráter epidêmico. Isto significa que se não tratarmos o assunto com a atenção merecida, nós seremos atingidos por ela, de uma forma ou de outra", alerta.


Algumas propostas do livro Fenômeno Bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz, de Cleo Fante:
• "Os professores, muitos deles também vítimas de agressões, precisam estar capacitados para lidar com as situações que se criam. Os alunos não envolvidos devem ser chamados a denunciar a violência, em vez de serem espectadores silenciosos dela. É preciso haver supervisão nos recreios e a intervenção rápida de um adulto, neutralizando o agressor. Enquanto a agressividade pode ser canalizada em ações produtivas, seus alvos teriam um reforço da auto-estima. Ambos em trabalho individualizado".

• "Grupos de 'alunos solidários' atuariam como verdadeiros anjos da guarda daqueles que apresentam dificuldades de relacionamento, dentro e fora da escola. Alguns 'pais solidários' também seriam chamados a colaborar. A discussão de 'situações-problema' estaria sempre presente nas salas de aula e nos grupos de alunos, onde as soluções costumam surgir. E assim, todos agindo juntos, certamente a paz será reconquistada".
*Jornalistas Amigos da Criança é um projeto da ANDI.
Autora do texto: Sylvia Leal, ex-editora da revista Pais e Filhos, é Jornalista Amiga da Criança desde 1997.

O papel do educador diante da agressividade

O papel do educador diante da agressividade, violência e comportamento anti-social


O papel do educador vem passando por um intenso processo de modificação nas últimas décadas, reflexo de constantes mudanças na sociedade, gerando novos desafios, demandas, instrumentos facilitadores e também inúmeros obstáculos. Um dos principais desafios encontrados pelo educador está no comportamento do aluno. De atitudes inadequadas a conflitos diretos com colegas de classe e professores, surgem algumas das maiores preocupações vivenciadas pela escola atualmente.

Problemas no estabelecimento e na manutenção da disciplina, aumento de atitudes agressivas, atos violentos, transgressão de regras, violação dos direitos alheios, entre outras manifestações anti-sociais no ambiente escolar, evidenciam importantes desajustes na relação educador/aluno. O educador diante de tal situação necessita conhecer as causas e conseqüências destes problemas para, então, buscar soluções e evitar o agravamento e a disseminação deste padrão de comportamento, passando do âmbito individual para o coletivo.
O que eu, professor, devo fazer?


  • Procure motivar o aluno pela busca do Saber;



  • Evite confronto com a criança ou adolescente;



  • Promova o diálogo e valorize os esforços e conquistas do aluno;



  • Promova também uma reflexão entre os alunos sobre questões que envolvam comportamentos e conflitos;



  • Não se esqueça da importância do seu papel como educador: você pode ser o agente transformador no desenvolvimento de seus alunos.



  • Diversas são as causas destes problemas, entre elas: frágeis referências morais, distorção de valores, questões familiares (dificuldades no estabelecimento de limites, regras, dinâmica familiar comprometida, violência doméstica etc.), problemas culturais, barreiras sócio-econômicas, conflitos emocionais do próprio educando, problemas de saúde mental do educando e/ou de familiares, comprometimento cognitivo ou dificuldades de aprendizagem.

    Os problemas de saúde mental, cognitivos e de aprendizagem pouco são considerados como causas efetivas de comportamentos agressivos, mas sua interferência no padrão de comportamento de crianças e adolescentes vem sendo cada vez mais evidenciada por profissionais de saúde mental.

    As dificuldades do aluno não são o único fator gerador de tais problemas. As condições emocionais e profissionais do educador também interferem no agravamento ou possibilitam a diluição dos problemas citados. Outro fator relevante é a ausência ou insuficiência de infra-estrutura e de recursos materiais, sociais e educacionais necessários para o pleno desenvolvimento do processo educativo. Recursos estes que deveriam ser garantidos pelo sistema educacional.

    As conseqüências geradas são incalculáveis. O enfraquecimento da relação aluno/ educador, falhas no processo educativo, perda do referencial de autoridade no ambiente escolar e o inquestionável agravamento das barreiras encontradas por todos os envolvidos neste processo são apenas as mais evidentes. Tal é a gravidade destes problemas que estas conseqüências não se limitam ao ambiente escolar, mas se traduzem em sérios reflexos sociais.

    Diante da multiplicidade de causas e conseqüências, seria insensato falar em soluções “mágicas”, especialmente a curto ou médio prazos. O que deve ser buscado gradualmente é a identificação dos fatores causais, o fortalecimento dos agentes implicados em todo o processo, a ampliação dos espaços e possibilidades de reflexão e discussão, buscando a melhoria das condições de ensino.
    As “armas” do professor
    Na prática, o educador dispõe de alguns recursos importantes. O fortalecimento emocional e profissional garantem melhores possibilidades em sua atuação diária. Seu auto-conhecimento promoverá um melhor controle de situações de conflito. Neste processo, uma importante estratégia é a de potencializar sua capacidade em motivar seu aluno e despertar seu interesse pela busca do saber, oferecendo novas possibilidades de adquirir conhecimento e superar barreiras.

    Evitar o confronto direto com o aluno é fundamental para preservar qualquer possibilidade de reestruturação de um relacionamento já comprometido. Para isto, é importante que o educador perceba que a manifestação agressiva, em geral, não tem como causa o próprio educador ou qualquer divergência pessoal por parte do aluno, mas é um reflexo das barreiras encontradas por este em seu desenvolvimento emocional, cognitivo e social.
    Outra importante solução é a adoção de políticas públicas que fortaleçam e desenvolvam a atuação do educador
    Ajudar o aluno a potencializar seus recursos internos, valorizar qualquer possibilidade de esforço ou conquista, promover o diálogo e buscar ajuda externa, quando a situação demonstra sinais de agravamento, são algumas das ferramentas que o educador dispõe. Além disso, o professor pode gerar uma reflexão entre os alunos sobre as questões que envolvem comportamentos, conflitos e atitudes inadequadas, possibilitando o envolvimento dos jovens na construção de soluções. Faz parte da missão do educador e da instituição de ensino garantir às possíveis vítimas de atitudes agressivas o suporte necessário para a solução de problemas.

    Outra importante solução é a adoção de políticas públicas que fortaleçam e desenvolvam a atuação do educador e ofereçam melhores condições de ensino e de vivência no ambiente escolar, visando a diminuição do descompasso existente entre a vivência contemporânea e a realidade vivenciada em sala de aula.

    Muito há que se pensar sobre soluções e caminhos para que o ambiente escolar possa realmente oferecer a alunos e profissionais as condições adequadas para o pleno desenvolvimento do processo educativo. Um ponto deve ser fortemente valorizado e explorado: a importância do papel do educador, não apenas diante de comportamentos inadequados, como também diante da possibilidade de tornar-se um agente transformador no desenvolvimento de seu aluno.

    Tal importância foi claramente evidenciada pelo professor e psicopedagogo Celso Antunes no texto “O sagrado e o profano na missão do professor”, que diz: ”a certeza de que possui uma profissão imprescindível, de que de sua ação no cotidiano se constrói o mundo em que se viverá. A imensa fé e crença de que sem professores uma sociedade não inventa médicos ou engenheiros, não faz surgir arquitetos ou mecânicos… O verdadeiro professor não pode ser guiado pela frieza de uma visão somente profana, mas também não pelo idealismo ingênuo de ser manipulado por sua crença autêntica...”.

    A afirmação nos leva a refletir sobre a grandeza e a complexidade do papel do educador, sobre os desafios a que é submetido diariamente, sobre a necessidade de sua capacitação e atualização constantes, sobre a influência de suas ações e sobre a cautela necessária em sua atuação.

                                                        Christiane D’Angelo Fernandes e Maria Fernanda Souza*


    *Christiane D’Angelo Fernandes é educadora, coach e diretora-executiva do SINAL – Socialização da Infância e Adolescência Laborada; Maria Fernanda Souza é Pedagoga e Psicomotricista do SINA
    Meninos agressivos que não querem aprender: qual o problema?

    É freqüente notarmos no ambiente escolar aquelas crianças e adolescentes que causam problemas do ponto de vista social: estão quase sempre metidos em brigas, desafiam os funcionários, desrespeitam professores e colegas. Apresentam, em sua maioria, desempenho escolar sofrível e acabam se tornando os “maus alunos” por excelência. Migram de escola em escola na tentativa de salvar o ano e livrarem-se do estigma com o qual ficaram marcados. Quase sempre em vão.  
    Qual o motivo dessa associação tão forte entre agressividade e mau desempenho escolar? Boa parte desses jovens apresenta algumas das formas do chamado transtorno de conduta: um padrão duradouro de comportamento negativista, hostil e desafiador frente a figuras de autoridade, com persistente agressividade, furtos, vandalismo, fugas de casa e da escola, entre outros comportamentos designados como anti-sociais. Os transtornos de conduta são bastante heterogêneos, isto é, os jovens assim diagnosticados podem apresentar grandes diferenças comportamentais entre si. Apesar disso, existem alguns pontos em comum bastante importantes – um deles é justamente o freqüente histórico de fracasso escolar.
    Surge, então, uma importante pergunta. O que vem primeiro: o insucesso escolar causando agressividade reativa ou crianças de temperamento mais agressivo e inquieto se indispondo às regras que o aprendizado acadêmico exige? A resposta não é simples, o problema também não. Cada um traz consigo uma história muito particular de herança genética e cultural, de possíveis abusos e privações. Devem ser afastados veredictos simplistas propensos ao extremo do determinismo biológico - do tipo “nascido para matar” - ou ao extremo do determinismo social - “vítima da sociedade”. Muitos fatores estão envolvidos na construção do “mau aluno”.
    De qualquer forma, independentemente dos possíveis agentes causais envolvidos, verifica-se que uma parcela expressiva destes jovens estigmatizados apresenta quadros de “Transtornos Específicos de Aprendizagem” ou, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), “Transtornos Específicos do Desenvolvimento das Habilidades Escolares”. De modo geral, estes diagnósticos se referem a dificuldades de aprendizado em áreas particulares como leitura (dislexia) e aritmética (discalculia), assim como em áreas de aprendizado não-verbal, que se manifestam por meio de dificuldades motoras (fala e movimentos desajeitados) e inabilidade no manejo de situações sociais. Um critério fundamental aqui é a exclusão de atrasos globais no desenvolvimento cognitivo, os retardos mentais. Assim, uma criança com transtorno específico de aprendizado apresenta um nível de inteligência que a torna potencialmente apta a aprender, mas não consegue. Nestes casos, provavelmente existem disfunções sutis, mas significativas, em regiões específicas do cérebro responsáveis pelas funções cognitivas em questão, como decodificação fonológica, identificação de palavras, memória de trabalho, cognição espacial, entre outras.
    O que apontam os estudos
    Há estudos que mostram associação entre os diversos déficits de aprendizado e conseqüências emocionais e comportamentais, atingindo-se um pico de incidência de baixa auto-estima e outros sintomas depressivos por volta dos 10 anos de idade e a partir de então predominamos sintomas dos transtornos de conduta. Willians & McGee, da Universidade de Otago, Nova Zelândia, publicaram em 1994 resultados do importante “Estudo de Dunedin”, no qual foram acompanhadas 950 crianças do nascimento até a idade adulta. Constatou-se que a presença de dislexia em meninos predizia a ocorrência de transtorno de conduta aos 15 anos. Já para as meninas a maior associação ocorreu com quadros ansiosos, sugerindo que os déficits de aquisição de leitura seguem uma tendência de evolução diferente entre os sexos.
    A agressividade pode ser uma reação à frustração e ao sentimento de inferioridade que suas dificuldades lhes impõe
    Por sua vez, Maughan e sua equipe do King’s College de Londres acompanharam 127 crianças com dificuldades de leitura dos 10 anos até a idade adulta. Encontraram a forte associação com déficit de atenção e hiperatividade, que tornava as crianças mais susceptíveis a problemas comportamentais; mais uma vez, os meninos apresentaram maior abandono escolar e envolvimento com criminalidade. No entanto, é importante ressaltar que não são todas as crianças com transtornos de aprendizado que vão desenvolver um quadro psiquiátrico, mas é fato que sua ocorrência lhes traz um risco maior de adoecimento.
    De qualquer forma, com algumas informações podemos nos aproximar com mais lucidez de respostas para a questão formulada no título deste texto. Muitos destes meninos simplesmente não conseguem aprender. Sua agressividade pode ser uma reação à frustração e ao sentimento de inferioridade que suas dificuldades lhes impõe. Ou pode ser mais um sinal de disfunções – sociais e cognitivas – que tenham origens em comum. Ou ambos.
    A importância do trabalho multidisciplinar 
    Para que tenhamos uma melhor idéia da dimensão do problema, vale citar que a prevalência dos transtornos específicos de aprendizagem tem sido estimada em cerca de 4% de dislexia, 6% de discalculia e 5% de déficits de aprendizado não-verbal, considerando crianças na idade escolar em países ocidentais desenvolvidos. No Brasil não existem estimativas consistentes, mas faz sentido supor que a prevalência seja ainda maior aqui, já que grande parte da nossa população não dispõe de condições sócio-econômicas adequadas para garantir às crianças um desenvolvimento infantil desejável.
    Estes fatos devem nos alertar para a necessidade de identificar com maior freqüência e precisão os transtornos específicos de aprendizagem. Uma vez identificados, as crianças e adolescentes afetados podem vir a receber acompanhamento adequado, contribuindo-se para melhorar a evolução do aprendizado, assim como das relações sociais – aspectos que, aliás, estão intimamente relacionados. É fundamental agir nas múltiplas vertentes de educação e saúde de modo a romper o círculo vicioso que se desenha na vida destes jovens.
    Para isso, entretanto, não basta a ação isolada de algumas pessoas bem intencionadas. Capacitar profissionais de diversas áreas para agir nesses casos em toda rede pública de ensino é uma condição fundamental para mudar esta situação. Trata-se, de fato, de uma questão de educação e saúde públicas, com repercussões sociais imensas. As soluções requerem a união organizada dos profissionais envolvidos em uma mobilização social para exigir investimentos maciços em saúde e educação.

    *Paulo Germano Marmorato é psiquiatra da Infância e Adolescência do Ambulatório de Socialização do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas e do SINAL – Socialização da Infância e Adolescência Laborada

    Agressividade na escola



    Violência, agressividade e comportamento anti-social são importantes temas de reflexão e debate nos dias atuais, especialmente quando estão presentes no ambiente escolar.
    Educadores e instituições de ensino deparam-se diariamente com situações onde tais comportamentos acontecem cotidianamente. Aprender a respeitar limites, regras e autoridade, trabalhar adequadamente em equipe, respeitar as dificuldades e limitações do outro, assim como ter atitudes de respeito, tornaram-se desafios tão importantes quanto a aquisição do conteúdo curricular básico.
    Atitudes agressivas, uso do poder, intimidação de colegas e enfrentamento de professores e funcionários parecem não ter limites. Tudo isto contradiz os propósitos essenciais da escola de educar e socializar, trazendo prejuízos individuais e coletivos, além de instalar um clima de temor e distância entre aqueles que deveriam ser parceiros no processo educativo: o professor e o aluno.
    A socialização do aluno é um processo gradual, que deve ser construído nos diversos ambientes em que as crianças e os adolescentes estão inseridos. Vários fatores são determinantes para que este processo ocorra: educação familiar, acesso à educação formal, convívio com outros grupos sociais - parentes, vizinhos, igreja etc. -, acesso à cultura, entre outros. Fatores biológicos, questões culturais, histórico familiar (hereditariedade e referencial de educação), condição sócio-econômica e condições adequadas de saúde também interferem neste processo. Os fatores biológicos vêm sendo investigados por profissionais de saúde mental e têm forte influência no padrão de comportamento do indivíduo.

    Outros fatores que norteiam e promovem o processo de socialização são: as condições de saúde mental da criança e de seus familiares, a construção de vínculo afetivo, a valorização do potencial da criança, o suporte emocional, a referência moral e ética de comportamento, a presença efetiva e adequada das figuras parentais e a segurança física e emocional.
    A escola detém uma importante parcela na construção deste processo, pois oferece ao aluno a oportunidade de vivenciar situações tanto de “conforto” social como de desafio, colocando à prova suas habilidades sociais. A socialização e o processo de aprendizagem caminham juntos. Quando uma está comprometida, a outra tende a sofrer prejuízos, pois a motivação, atenção e memória são pré-requisitos para ambas.
    Comportamentos agressivos distanciam aqueles que deveriam ser parceiros no processo educativo: o professor e o aluno
    É um grande desafio para os alunos tentar aprender em uma classe que apresenta um nível acentuado de conflitos, onde o professor tenta gerenciar a manutenção da ordem sem conseguir atender ao conteúdo curricular. Diante desta situação, encontram-se estudantes insatisfeitos, com seu potencial sub-utilizado, e professores desgastados, temerosos e com a saúde física e emocional comprometidas.

    A construção do conceito de coletividade, o desenvolvimento da tolerância à frustração, a descoberta de formas saudáveis de resolver problemas e conflitos, o descobrir do “gostar de aprender” são, ao mesmo tempo, desafios e ferramentas à disposição da escola.
    Uma das maneiras de tornar um aluno questionador e crítico, muitas vezes mal visto pelo educador, em um parceiro na sala de aula é oferecendo espaço e atenção, além de motivação. O professor deve valorizar o saber desse aluno, instigar sua curiosidade, propor diferentes formas de aquisição do aprendizado e estimular a pesquisa e investigação. Desse modo, a simples transferência de conhecimento é evitada e o aluno sai da posição de mero receptor de informações, transformando-se em parceiro.
    Como fazer na prática?
    Evidentemente há uma série de situações que facilitam ou dificultam o estabelecimento desta relação saudável entre professor e aluno, como a faixa etária, os recursos materiais e físicos do ambiente, a capacitação do educador e suas condições de trabalho. Mas determinadas orientações podem ser dadas de forma geral.
    O professor necessita da colaboração da família e da instituição de ensino para desempenhar plenamente seu papel
    A colaboração do professor de educação física, por exemplo, em atividades dirigidas que impliquem as mais diversas disciplinas, a utilização de jogos e brincadeiras como forma de aprendizado, a realização de dinâmicas de grupo, a utilização de recursos diversos como música e as mais variadas expressões artísticas e esportivas, a elaboração de eventos culturais, saídas pedagógicas, construção de informativos de interesse e com a participação dos alunos, elaboração de melhorias na própria escola, são alguns possíveis motivadores para a mudança da postura social de um aluno.

    Também são facilitadores do processo de socialização a construção coletiva de regras de convivência, a elaboração e apresentação diária da rotina da classe, o planejamento de aulas criativas e motivadoras, o reforço positivo, a busca por outras formas de resolução de conflitos e de expressão de sentimentos, assim como o contato freqüente com a família. O comportamento do professor é referência dentro da sala de aula, mas o profissional necessita da colaboração da família e da instituição de ensino para desempenhar plenamente seu papel.
    A agressividade, a violência e o comportamento anti-social não apresentam razão única e definida. A solução para estes problemas também não será alcançada por uma única frente. Estudos, reflexões e ações que visem minimizar as causas e promover o desenvolvimento emocional, social, moral e cognitivo da criança devem ser elaborados por meio da parceria entre educadores, profissionais da saúde, do serviço social, do direito e das demais áreas implicadas na promoção do bem-estar e garantia dos direitos da criança e do adolescente.

    Perguntas freqüentes sobre violência contra criança e adolescente*

    VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
    1. Como solucionar o problema da violência doméstica e familiar? A escola pode ajudar?Segundo Eva Faleiros, é importante distinguir a violência doméstica (VD) da violência familiar (VF). A VD refere-se ao lugar onde ela ocorre, ou seja, na casa, no lar. A VF diz respeito à natureza dos laços parentais que unem as vítimas e os autores da violência. Elas não são sinônimos, pois, na VD, podem viver e sofrer algum tipo de violência pessoas que não pertencem à família, como empregadas domésticas e agregados. O Ministério da Educação (MEC) produziu um livro intitulado Formação de Educadores (as) - Subsídios para Atuar no Enfrentamento à Violência contra Crianças e Adolescentes do Projeto Escola que Protege para capacitar professores nas diversas formas de violência. Infelizmente, esta edição está esgotada, esperando uma segunda edição.
    2. Muitas vezes a violência doméstica é invisível para a escola. Como a escola pode contribuir na prevenção e repressão a este tipo de violência?O problema parece invisível mesmo. Entendemos que o professor pode ficar com medo, ou não ter respaldo para fazer algum tipo de notificação. Ao compreender esta dificuldade, o MEC, por meio da Secretaria de Educação a Distância (SECAD), está capacitando profissionais que atuam com crianças e adolescentes (professores, conselheiros tutelares, assistentes sociais etc.). Assim eles terão subsídios para atuar no enfrentamento à violência contra crianças e adolescentes, dentro do Projeto Escola Que Protege. Já são mais de 90 municípios atingidos e 4 mil profissionais capacitados em todo o Brasil. Sabemos que é pouco, mas todos estão conscientes e engajados nesta temática tão importante da prevenção de todas as formas de violência.

    VIOLÊNCIA E ABUSO SEXUAL

    1. Como trabalhar a temática da violência física e sexual nas escolas?
    Este tema ainda é tabu. As escolas, muitas vezes, não querem entrar na temática de orientação, abuso e exploração sexual, embora estejam presentes no dia-a-dia desse ambiente. O professor também não possui, em geral, orientação de como fazê-lo. O MEC, por meio de programas de capacitação tem abordado essas temáticas, que deverão ser discutidas cada vez mais nas escolas. O professor não conseguirá sucesso de seus alunos apenas com boa didática e ótima aula. Não há outro jeito a não ser bater de Secretaria em Secretaria, de escola em escola e conscientizar os gestores sobre o assunto.
    Alguns estados estão mais avançados nessa temática do que outros. É preciso sensibilizar a sociedade e os gestores e não desistir nessa importante tarefa. A SECAD trabalha cada vez mais com essa temática e, em breve, ações preventivas e socioeducativas estarão presentes em São Paulo e em todo país.

    2. Quando um aluno é perseguido pela comunidade escolar por sua opção sexual, qual procedimento deve ser tomado?
    Ele deve procurar imediatamente o Conselho Tutelar, pois uma de suas atribuições é a garantia dos direitos das crianças ou adolescentes.
    VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA

    1. Como defender crianças e adolescentes da violência psicológica nas escolas? É possível expulsar alunos de uma escola sem dar qualquer explicação?
    Sem dúvida esta é uma forma de violência psicológica das mais graves. O MEC não possui poder fiscalizador sobre as escolas. As mesmas pertencem às redes particulares e públicas (municipais e estaduais). O que o poder público federal pode e vem fazendo é a capacitação de professores. Dentro do Ministério foi criada uma secretaria (SECAD), em que a questão de violação de direitos recebeu destaque, sendo, inclusive, tema de capacitação de professores dentro do Projeto Escola que Protege. Penso que a questão jurídica deve ser avaliada, pois é caso de indenização por danos morais e psicológicos. Como diz o Estatuto da Criança e Adolescente no seu artigo 5º: Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.

    VIOLÊNCIA E INDISCIPLINA DOS ALUNOS

    1. Como resolver os problemas da violência e da indisciplina de crianças e adolescentes nas escolas?
    Atualmente, vive-se um novo paradigma. As famílias terceirizaram a educação de seus filhos para a escola que, por sua vez, não pode devolver esta responsabilidade para as famílias. A escola não está preparada para receber os alunos em geral, quanto mais os que estão em cumprimento de medidas socioeducativas. Contudo, existem várias ações no sentido de mudar esta ordem instituída. A Secretaria Especial de Direitos Humanos tem discutido com o MEC um sistema para os adolescentes em conflito com a lei que precisam de escola e atividades de contra turno. Hoje existe uma grande discussão sobre a necessidade de haver mais tempo dentro da escola, educação integral ou atividades complementares à escola. Sabe-se que é difícil a realização do turno integral, mas existem modelos em que espaços comunitários podem ser aproveitados e a comunidade é envolvida. Por exemplo, a Escola Aberta e Ações Educativas Complementares, dentre outros.

    2. Como combater as brigas nas escolas?
    A escola tem que reavaliar seus métodos pedagógicos de modo a contribuir para a detenção da violência. É preciso procurar analisar o histórico familiar dos alunos e articular ações conjuntas com a família envolvida e demais profissionais atuantes na rede local de proteção à criança e ao adolescente, tais como assistente social, psicopedagogo, orientador educacional etc.

    3. Não seria sonhar demais ter nas unidades escolares, além de educadores, psicopedagogos, assistentes sociais e psicólogos? E como deve se dar a participação dos pais nos Conselhos de Escola e nas Associações de Pais e Mestres?
    Acredito que não é sonho imaginar uma escola com todos os profissionais citados acima. Algumas já possuem, em seu quadro, muitos educadores qualificados. Este é um caminho que o MEC tenta traçar, mas todos reconhecemos as dificuldades. Infelizmente se anda a passo de formiguinha, mas o importante é não deixar de acreditar que é possível construir uma escola capaz de lidar com todas as situações que envolvem seus alunos. Também pode-se dizer que as Associações de Pais têm papel fundamental para o bom funcionamento da escola, uma vez que a integração das famílias com a escola torna pais e alunos responsáveis pela instituição de ensino. Quanto às pressões de pais envolvidos em brigas dos filhos, é absolutamente normal, desde que não ultrapassem a linha da razão.

    4. É dever de quem separar as brigas dos adolescentes nas escolas?
    Quando esse tipo de atitude acontece no ambiente escolar é problema de todos. É preciso distinguir se foi um fato isolado ou se é freqüente. Os alunos devem ser chamados para identificar o problema e a escola deve comunicar os fatos ocorridos aos pais. Se as brigas persistirem, os adolescentes podem ser incluídos em programas assistenciais e os Conselhos Tutelares podem ser envolvidos. Já existem, em algumas escolas, o Batalhão Escolar, formado por profissionais da Polícia Militar capacitados para lidar com esta temática e que auxiliam no controle da violência nas escolas. Realmente isso seria o ideal para todos.

    5. Algumas crianças realizam atos contra colegas que seriam considerados crimes se fossem adultas. O que fazer para proteger as vítimas?
    Exemplos:
    a) praticam atos libidinosos com outra sem seu consentimento
    b) são violentas na sala e desagregadoras a ponto de impedirem que as demais possam exercer o direito de estudar
    c) agridem o professor, deixando-o com seqüelas físicas

    O ECA garante no seu artigo 53 o direito de TODAS as crianças e adolescentes à educação.
    Quando falamos em ato infracional de crianças e adolescentes existe a aplicação das medidas de proteção previstas no ECA, artigo 101. Estas devem ser aplicadas somente por autoridades competentes. Para os adolescentes que praticam ato infracional são cabíveis as medidas socioeducativas previstas no artigo 112 do ECA.


    *As questões foram respondidas por Rochester
    Alagia, coordenador do programa Escola que Protege -
    do Ministério da Educação (MEC) -, durante o tira-dúvidas
    no portal Pró-menino. As respostas passaram por um processo
    de edição. Para ler o texto na íntegra acesse o

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