O papel do educador diante da agressividade, violência e comportamento anti-social
Problemas no estabelecimento e na manutenção da disciplina, aumento de atitudes agressivas, atos violentos, transgressão de regras, violação dos direitos alheios, entre outras manifestações anti-sociais no ambiente escolar, evidenciam importantes desajustes na relação educador/aluno. O educador diante de tal situação necessita conhecer as causas e conseqüências destes problemas para, então, buscar soluções e evitar o agravamento e a disseminação deste padrão de comportamento, passando do âmbito individual para o coletivo.
Os problemas de saúde mental, cognitivos e de aprendizagem pouco são considerados como causas efetivas de comportamentos agressivos, mas sua interferência no padrão de comportamento de crianças e adolescentes vem sendo cada vez mais evidenciada por profissionais de saúde mental. As dificuldades do aluno não são o único fator gerador de tais problemas. As condições emocionais e profissionais do educador também interferem no agravamento ou possibilitam a diluição dos problemas citados. Outro fator relevante é a ausência ou insuficiência de infra-estrutura e de recursos materiais, sociais e educacionais necessários para o pleno desenvolvimento do processo educativo. Recursos estes que deveriam ser garantidos pelo sistema educacional. As conseqüências geradas são incalculáveis. O enfraquecimento da relação aluno/ educador, falhas no processo educativo, perda do referencial de autoridade no ambiente escolar e o inquestionável agravamento das barreiras encontradas por todos os envolvidos neste processo são apenas as mais evidentes. Tal é a gravidade destes problemas que estas conseqüências não se limitam ao ambiente escolar, mas se traduzem em sérios reflexos sociais. Diante da multiplicidade de causas e conseqüências, seria insensato falar em soluções “mágicas”, especialmente a curto ou médio prazos. O que deve ser buscado gradualmente é a identificação dos fatores causais, o fortalecimento dos agentes implicados em todo o processo, a ampliação dos espaços e possibilidades de reflexão e discussão, buscando a melhoria das condições de ensino. As “armas” do professor Na prática, o educador dispõe de alguns recursos importantes. O fortalecimento emocional e profissional garantem melhores possibilidades em sua atuação diária. Seu auto-conhecimento promoverá um melhor controle de situações de conflito. Neste processo, uma importante estratégia é a de potencializar sua capacidade em motivar seu aluno e despertar seu interesse pela busca do saber, oferecendo novas possibilidades de adquirir conhecimento e superar barreiras. Evitar o confronto direto com o aluno é fundamental para preservar qualquer possibilidade de reestruturação de um relacionamento já comprometido. Para isto, é importante que o educador perceba que a manifestação agressiva, em geral, não tem como causa o próprio educador ou qualquer divergência pessoal por parte do aluno, mas é um reflexo das barreiras encontradas por este em seu desenvolvimento emocional, cognitivo e social.
Outra importante solução é a adoção de políticas públicas que fortaleçam e desenvolvam a atuação do educador e ofereçam melhores condições de ensino e de vivência no ambiente escolar, visando a diminuição do descompasso existente entre a vivência contemporânea e a realidade vivenciada em sala de aula. Muito há que se pensar sobre soluções e caminhos para que o ambiente escolar possa realmente oferecer a alunos e profissionais as condições adequadas para o pleno desenvolvimento do processo educativo. Um ponto deve ser fortemente valorizado e explorado: a importância do papel do educador, não apenas diante de comportamentos inadequados, como também diante da possibilidade de tornar-se um agente transformador no desenvolvimento de seu aluno. Tal importância foi claramente evidenciada pelo professor e psicopedagogo Celso Antunes no texto “O sagrado e o profano na missão do professor”, que diz: ”a certeza de que possui uma profissão imprescindível, de que de sua ação no cotidiano se constrói o mundo em que se viverá. A imensa fé e crença de que sem professores uma sociedade não inventa médicos ou engenheiros, não faz surgir arquitetos ou mecânicos… O verdadeiro professor não pode ser guiado pela frieza de uma visão somente profana, mas também não pelo idealismo ingênuo de ser manipulado por sua crença autêntica...”. A afirmação nos leva a refletir sobre a grandeza e a complexidade do papel do educador, sobre os desafios a que é submetido diariamente, sobre a necessidade de sua capacitação e atualização constantes, sobre a influência de suas ações e sobre a cautela necessária em sua atuação. |
*Christiane D’Angelo Fernandes é educadora, coach e diretora-executiva do SINAL – Socialização da Infância e Adolescência Laborada; Maria Fernanda Souza é Pedagoga e Psicomotricista do SINA |
Meninos agressivos que não querem aprender: qual o problema?
É freqüente notarmos no ambiente escolar aquelas crianças e adolescentes que causam problemas do ponto de vista social: estão quase sempre metidos em brigas, desafiam os funcionários, desrespeitam professores e colegas. Apresentam, em sua maioria, desempenho escolar sofrível e acabam se tornando os “maus alunos” por excelência. Migram de escola em escola na tentativa de salvar o ano e livrarem-se do estigma com o qual ficaram marcados. Quase sempre em vão. Qual o motivo dessa associação tão forte entre agressividade e mau desempenho escolar? Boa parte desses jovens apresenta algumas das formas do chamado transtorno de conduta: um padrão duradouro de comportamento negativista, hostil e desafiador frente a figuras de autoridade, com persistente agressividade, furtos, vandalismo, fugas de casa e da escola, entre outros comportamentos designados como anti-sociais. Os transtornos de conduta são bastante heterogêneos, isto é, os jovens assim diagnosticados podem apresentar grandes diferenças comportamentais entre si. Apesar disso, existem alguns pontos em comum bastante importantes – um deles é justamente o freqüente histórico de fracasso escolar.Surge, então, uma importante pergunta. O que vem primeiro: o insucesso escolar causando agressividade reativa ou crianças de temperamento mais agressivo e inquieto se indispondo às regras que o aprendizado acadêmico exige? A resposta não é simples, o problema também não. Cada um traz consigo uma história muito particular de herança genética e cultural, de possíveis abusos e privações. Devem ser afastados veredictos simplistas propensos ao extremo do determinismo biológico - do tipo “nascido para matar” - ou ao extremo do determinismo social - “vítima da sociedade”. Muitos fatores estão envolvidos na construção do “mau aluno”. De qualquer forma, independentemente dos possíveis agentes causais envolvidos, verifica-se que uma parcela expressiva destes jovens estigmatizados apresenta quadros de “Transtornos Específicos de Aprendizagem” ou, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), “Transtornos Específicos do Desenvolvimento das Habilidades Escolares”. De modo geral, estes diagnósticos se referem a dificuldades de aprendizado em áreas particulares como leitura (dislexia) e aritmética (discalculia), assim como em áreas de aprendizado não-verbal, que se manifestam por meio de dificuldades motoras (fala e movimentos desajeitados) e inabilidade no manejo de situações sociais. Um critério fundamental aqui é a exclusão de atrasos globais no desenvolvimento cognitivo, os retardos mentais. Assim, uma criança com transtorno específico de aprendizado apresenta um nível de inteligência que a torna potencialmente apta a aprender, mas não consegue. Nestes casos, provavelmente existem disfunções sutis, mas significativas, em regiões específicas do cérebro responsáveis pelas funções cognitivas em questão, como decodificação fonológica, identificação de palavras, memória de trabalho, cognição espacial, entre outras. O que apontam os estudos Há estudos que mostram associação entre os diversos déficits de aprendizado e conseqüências emocionais e comportamentais, atingindo-se um pico de incidência de baixa auto-estima e outros sintomas depressivos por volta dos 10 anos de idade e a partir de então predominamos sintomas dos transtornos de conduta. Willians & McGee, da Universidade de Otago, Nova Zelândia, publicaram em 1994 resultados do importante “Estudo de Dunedin”, no qual foram acompanhadas 950 crianças do nascimento até a idade adulta. Constatou-se que a presença de dislexia em meninos predizia a ocorrência de transtorno de conduta aos 15 anos. Já para as meninas a maior associação ocorreu com quadros ansiosos, sugerindo que os déficits de aquisição de leitura seguem uma tendência de evolução diferente entre os sexos.
De qualquer forma, com algumas informações podemos nos aproximar com mais lucidez de respostas para a questão formulada no título deste texto. Muitos destes meninos simplesmente não conseguem aprender. Sua agressividade pode ser uma reação à frustração e ao sentimento de inferioridade que suas dificuldades lhes impõe. Ou pode ser mais um sinal de disfunções – sociais e cognitivas – que tenham origens em comum. Ou ambos. A importância do trabalho multidisciplinar Para que tenhamos uma melhor idéia da dimensão do problema, vale citar que a prevalência dos transtornos específicos de aprendizagem tem sido estimada em cerca de 4% de dislexia, 6% de discalculia e 5% de déficits de aprendizado não-verbal, considerando crianças na idade escolar em países ocidentais desenvolvidos. No Brasil não existem estimativas consistentes, mas faz sentido supor que a prevalência seja ainda maior aqui, já que grande parte da nossa população não dispõe de condições sócio-econômicas adequadas para garantir às crianças um desenvolvimento infantil desejável. Estes fatos devem nos alertar para a necessidade de identificar com maior freqüência e precisão os transtornos específicos de aprendizagem. Uma vez identificados, as crianças e adolescentes afetados podem vir a receber acompanhamento adequado, contribuindo-se para melhorar a evolução do aprendizado, assim como das relações sociais – aspectos que, aliás, estão intimamente relacionados. É fundamental agir nas múltiplas vertentes de educação e saúde de modo a romper o círculo vicioso que se desenha na vida destes jovens. Para isso, entretanto, não basta a ação isolada de algumas pessoas bem intencionadas. Capacitar profissionais de diversas áreas para agir nesses casos em toda rede pública de ensino é uma condição fundamental para mudar esta situação. Trata-se, de fato, de uma questão de educação e saúde públicas, com repercussões sociais imensas. As soluções requerem a união organizada dos profissionais envolvidos em uma mobilização social para exigir investimentos maciços em saúde e educação. *Paulo Germano Marmorato é psiquiatra da Infância e Adolescência do Ambulatório de Socialização do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas e do SINAL – Socialização da Infância e Adolescência Laborada |
Agressividade na escola
Violência, agressividade e comportamento anti-social são importantes temas de reflexão e debate nos dias atuais, especialmente quando estão presentes no ambiente escolar. Educadores e instituições de ensino deparam-se diariamente com situações onde tais comportamentos acontecem cotidianamente. Aprender a respeitar limites, regras e autoridade, trabalhar adequadamente em equipe, respeitar as dificuldades e limitações do outro, assim como ter atitudes de respeito, tornaram-se desafios tão importantes quanto a aquisição do conteúdo curricular básico. Atitudes agressivas, uso do poder, intimidação de colegas e enfrentamento de professores e funcionários parecem não ter limites. Tudo isto contradiz os propósitos essenciais da escola de educar e socializar, trazendo prejuízos individuais e coletivos, além de instalar um clima de temor e distância entre aqueles que deveriam ser parceiros no processo educativo: o professor e o aluno. A socialização do aluno é um processo gradual, que deve ser construído nos diversos ambientes em que as crianças e os adolescentes estão inseridos. Vários fatores são determinantes para que este processo ocorra: educação familiar, acesso à educação formal, convívio com outros grupos sociais - parentes, vizinhos, igreja etc. -, acesso à cultura, entre outros. Fatores biológicos, questões culturais, histórico familiar (hereditariedade e referencial de educação), condição sócio-econômica e condições adequadas de saúde também interferem neste processo. Os fatores biológicos vêm sendo investigados por profissionais de saúde mental e têm forte influência no padrão de comportamento do indivíduo. Outros fatores que norteiam e promovem o processo de socialização são: as condições de saúde mental da criança e de seus familiares, a construção de vínculo afetivo, a valorização do potencial da criança, o suporte emocional, a referência moral e ética de comportamento, a presença efetiva e adequada das figuras parentais e a segurança física e emocional. A escola detém uma importante parcela na construção deste processo, pois oferece ao aluno a oportunidade de vivenciar situações tanto de “conforto” social como de desafio, colocando à prova suas habilidades sociais. A socialização e o processo de aprendizagem caminham juntos. Quando uma está comprometida, a outra tende a sofrer prejuízos, pois a motivação, atenção e memória são pré-requisitos para ambas.
A construção do conceito de coletividade, o desenvolvimento da tolerância à frustração, a descoberta de formas saudáveis de resolver problemas e conflitos, o descobrir do “gostar de aprender” são, ao mesmo tempo, desafios e ferramentas à disposição da escola. Uma das maneiras de tornar um aluno questionador e crítico, muitas vezes mal visto pelo educador, em um parceiro na sala de aula é oferecendo espaço e atenção, além de motivação. O professor deve valorizar o saber desse aluno, instigar sua curiosidade, propor diferentes formas de aquisição do aprendizado e estimular a pesquisa e investigação. Desse modo, a simples transferência de conhecimento é evitada e o aluno sai da posição de mero receptor de informações, transformando-se em parceiro. Como fazer na prática? Evidentemente há uma série de situações que facilitam ou dificultam o estabelecimento desta relação saudável entre professor e aluno, como a faixa etária, os recursos materiais e físicos do ambiente, a capacitação do educador e suas condições de trabalho. Mas determinadas orientações podem ser dadas de forma geral.
Também são facilitadores do processo de socialização a construção coletiva de regras de convivência, a elaboração e apresentação diária da rotina da classe, o planejamento de aulas criativas e motivadoras, o reforço positivo, a busca por outras formas de resolução de conflitos e de expressão de sentimentos, assim como o contato freqüente com a família. O comportamento do professor é referência dentro da sala de aula, mas o profissional necessita da colaboração da família e da instituição de ensino para desempenhar plenamente seu papel. A agressividade, a violência e o comportamento anti-social não apresentam razão única e definida. A solução para estes problemas também não será alcançada por uma única frente. Estudos, reflexões e ações que visem minimizar as causas e promover o desenvolvimento emocional, social, moral e cognitivo da criança devem ser elaborados por meio da parceria entre educadores, profissionais da saúde, do serviço social, do direito e das demais áreas implicadas na promoção do bem-estar e garantia dos direitos da criança e do adolescente. |
Perguntas freqüentes sobre violência contra criança e adolescente*
1. Como solucionar o problema da violência doméstica e familiar? A escola pode ajudar?Segundo Eva Faleiros, é importante distinguir a violência doméstica (VD) da violência familiar (VF). A VD refere-se ao lugar onde ela ocorre, ou seja, na casa, no lar. A VF diz respeito à natureza dos laços parentais que unem as vítimas e os autores da violência. Elas não são sinônimos, pois, na VD, podem viver e sofrer algum tipo de violência pessoas que não pertencem à família, como empregadas domésticas e agregados. O Ministério da Educação (MEC) produziu um livro intitulado Formação de Educadores (as) - Subsídios para Atuar no Enfrentamento à Violência contra Crianças e Adolescentes do Projeto Escola que Protege para capacitar professores nas diversas formas de violência. Infelizmente, esta edição está esgotada, esperando uma segunda edição. 2. Muitas vezes a violência doméstica é invisível para a escola. Como a escola pode contribuir na prevenção e repressão a este tipo de violência?O problema parece invisível mesmo. Entendemos que o professor pode ficar com medo, ou não ter respaldo para fazer algum tipo de notificação. Ao compreender esta dificuldade, o MEC, por meio da Secretaria de Educação a Distância (SECAD), está capacitando profissionais que atuam com crianças e adolescentes (professores, conselheiros tutelares, assistentes sociais etc.). Assim eles terão subsídios para atuar no enfrentamento à violência contra crianças e adolescentes, dentro do Projeto Escola Que Protege. Já são mais de 90 municípios atingidos e 4 mil profissionais capacitados em todo o Brasil. Sabemos que é pouco, mas todos estão conscientes e engajados nesta temática tão importante da prevenção de todas as formas de violência. |
1. Como trabalhar a temática da violência física e sexual nas escolas? Este tema ainda é tabu. As escolas, muitas vezes, não querem entrar na temática de orientação, abuso e exploração sexual, embora estejam presentes no dia-a-dia desse ambiente. O professor também não possui, em geral, orientação de como fazê-lo. O MEC, por meio de programas de capacitação tem abordado essas temáticas, que deverão ser discutidas cada vez mais nas escolas. O professor não conseguirá sucesso de seus alunos apenas com boa didática e ótima aula. Não há outro jeito a não ser bater de Secretaria em Secretaria, de escola em escola e conscientizar os gestores sobre o assunto. Alguns estados estão mais avançados nessa temática do que outros. É preciso sensibilizar a sociedade e os gestores e não desistir nessa importante tarefa. A SECAD trabalha cada vez mais com essa temática e, em breve, ações preventivas e socioeducativas estarão presentes em São Paulo e em todo país. 2. Quando um aluno é perseguido pela comunidade escolar por sua opção sexual, qual procedimento deve ser tomado? Ele deve procurar imediatamente o Conselho Tutelar, pois uma de suas atribuições é a garantia dos direitos das crianças ou adolescentes. |
1. Como defender crianças e adolescentes da violência psicológica nas escolas? É possível expulsar alunos de uma escola sem dar qualquer explicação? Sem dúvida esta é uma forma de violência psicológica das mais graves. O MEC não possui poder fiscalizador sobre as escolas. As mesmas pertencem às redes particulares e públicas (municipais e estaduais). O que o poder público federal pode e vem fazendo é a capacitação de professores. Dentro do Ministério foi criada uma secretaria (SECAD), em que a questão de violação de direitos recebeu destaque, sendo, inclusive, tema de capacitação de professores dentro do Projeto Escola que Protege. Penso que a questão jurídica deve ser avaliada, pois é caso de indenização por danos morais e psicológicos. Como diz o Estatuto da Criança e Adolescente no seu artigo 5º: Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais. |
1. Como resolver os problemas da violência e da indisciplina de crianças e adolescentes nas escolas? Atualmente, vive-se um novo paradigma. As famílias terceirizaram a educação de seus filhos para a escola que, por sua vez, não pode devolver esta responsabilidade para as famílias. A escola não está preparada para receber os alunos em geral, quanto mais os que estão em cumprimento de medidas socioeducativas. Contudo, existem várias ações no sentido de mudar esta ordem instituída. A Secretaria Especial de Direitos Humanos tem discutido com o MEC um sistema para os adolescentes em conflito com a lei que precisam de escola e atividades de contra turno. Hoje existe uma grande discussão sobre a necessidade de haver mais tempo dentro da escola, educação integral ou atividades complementares à escola. Sabe-se que é difícil a realização do turno integral, mas existem modelos em que espaços comunitários podem ser aproveitados e a comunidade é envolvida. Por exemplo, a Escola Aberta e Ações Educativas Complementares, dentre outros. 2. Como combater as brigas nas escolas? A escola tem que reavaliar seus métodos pedagógicos de modo a contribuir para a detenção da violência. É preciso procurar analisar o histórico familiar dos alunos e articular ações conjuntas com a família envolvida e demais profissionais atuantes na rede local de proteção à criança e ao adolescente, tais como assistente social, psicopedagogo, orientador educacional etc. 3. Não seria sonhar demais ter nas unidades escolares, além de educadores, psicopedagogos, assistentes sociais e psicólogos? E como deve se dar a participação dos pais nos Conselhos de Escola e nas Associações de Pais e Mestres? Acredito que não é sonho imaginar uma escola com todos os profissionais citados acima. Algumas já possuem, em seu quadro, muitos educadores qualificados. Este é um caminho que o MEC tenta traçar, mas todos reconhecemos as dificuldades. Infelizmente se anda a passo de formiguinha, mas o importante é não deixar de acreditar que é possível construir uma escola capaz de lidar com todas as situações que envolvem seus alunos. Também pode-se dizer que as Associações de Pais têm papel fundamental para o bom funcionamento da escola, uma vez que a integração das famílias com a escola torna pais e alunos responsáveis pela instituição de ensino. Quanto às pressões de pais envolvidos em brigas dos filhos, é absolutamente normal, desde que não ultrapassem a linha da razão. 4. É dever de quem separar as brigas dos adolescentes nas escolas? Quando esse tipo de atitude acontece no ambiente escolar é problema de todos. É preciso distinguir se foi um fato isolado ou se é freqüente. Os alunos devem ser chamados para identificar o problema e a escola deve comunicar os fatos ocorridos aos pais. Se as brigas persistirem, os adolescentes podem ser incluídos em programas assistenciais e os Conselhos Tutelares podem ser envolvidos. Já existem, em algumas escolas, o Batalhão Escolar, formado por profissionais da Polícia Militar capacitados para lidar com esta temática e que auxiliam no controle da violência nas escolas. Realmente isso seria o ideal para todos. 5. Algumas crianças realizam atos contra colegas que seriam considerados crimes se fossem adultas. O que fazer para proteger as vítimas? Exemplos: a) praticam atos libidinosos com outra sem seu consentimento b) são violentas na sala e desagregadoras a ponto de impedirem que as demais possam exercer o direito de estudar c) agridem o professor, deixando-o com seqüelas físicas O ECA garante no seu artigo 53 o direito de TODAS as crianças e adolescentes à educação. Quando falamos em ato infracional de crianças e adolescentes existe a aplicação das medidas de proteção previstas no ECA, artigo 101. Estas devem ser aplicadas somente por autoridades competentes. Para os adolescentes que praticam ato infracional são cabíveis as medidas socioeducativas previstas no artigo 112 do ECA. *As questões foram respondidas por Rochester Alagia, coordenador do programa Escola que Protege - do Ministério da Educação (MEC) -, durante o tira-dúvidas no portal Pró-menino. As respostas passaram por um processo de edição. Para ler o texto na íntegra acesse o |
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