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terça-feira, 11 de outubro de 2011

Bullying Tem Solução


Apesar de atingir muitas escolas, bullying tem solução

16 de março de 2007
sob a coordenação da
 
Agência de Notícias dos Direitos da Infância *
Durante o desenvolvimento, as crianças atravessam fases de insegurança e frustrações e podem reagir demonstrando certa agressividade. Eventualmente a expressam por meio de beliscões, puxão de cabelos e ameaças nos corredores e salas de aulas dos colégios. Se estas cenas se tornam freqüentes, é um sinal de alerta trata-se do fenômeno chamado bullying, palavra inglesa usada em todo o mundo para designar atos de violência repetitivos e intencionais praticados por um ou mais alunos contra outro(s). Um tema que requer a pronta intervenção de estudantes, professores e pais.

Pesquisa realizada pela Associação Brasileira Multiprofissional de Apoio à Infância e à Adolescência (Abrapia), em 2002, envolvendo cerca de 5.800 estudantes de 5ª a 8ª séries no município do Rio de Janeiro, revelou que 40,5% dos alunos estiveram envolvidos, seja como autores ou como alvos, em atos considerados agressivos. Segundo o estudo, as razões que levam a esta estatística são nítidas. Além de uma simples descarga de emoções, crianças e adolescentes hoje reproduzem, junto aos colegas, a violência da qual são vítimas ou pelo menos espectadoras. Nesse contexto, a escola é apontada como o principal cenário de intimidações, agressões, humilhações, assédios, difamações, apelidos, isolamento, dentre outros comportamentos agressivos.

Segundo os especialistas, o preço a pagar é alto. "As crianças que já sofreram qualquer forma de bullying, em geral, demonstram estresse e angústia. Não raro mergulham em profunda depressão e alimentam pensamentos suicidas. Por sua vez, o autor da agressão corre o risco de perpetuar este comportamento, tornando-se delinqüente e marginalizado. Todos os alunos, até mesmo os não envolvidos, costumam ser afetados, reagindo com desatenção, insegurança e medo", explica o médico Aramis Lopes, membro da comissão técnico-científica do Programa de Redução do Comportamento Agressivo entre Estudantes da Abrapia.

Na década de 90, foram realizadas importantes pesquisas na Inglaterra, na Noruega, na Espanha, no Canadá e em Portugal, que se tornaram países pioneiros nas ações antibullying, consideradas fundamentais pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Os resultados são animadores. Por meio de uma campanha de âmbito
"Algumas escolas já estão desenvolvendo suas estratégias de forma independente, o que se justifica, uma vez que o problema é complexo e de causas múltiplas."
nacional, por exemplo, a Noruega conseguiu reduzir os casos de violência nas escolas em cerca de 50%.

No Brasil, segundo Aramis Lopes, o assunto só tomou vulto a partir de 2004 quando relatos de ocorrência do fenômeno e notícias sobre programas de combate de outros países vieram a público. Para solucionar o problema, há ainda muito a ser feito. "Algumas escolas já estão desenvolvendo suas estratégias de forma independente, o que se justifica, uma vez que o problema é complexo e de causas múltiplas. No entanto, desconhecemos a existência de qualquer programa mais amplo sendo implementado pelas secretarias estaduais ou municipais de educação", acrescenta o médico.

Consultada sobre o assunto, a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (SECAD), do Ministério da Educação, assume não ter um programaantibullying específico. Mas, segundo o órgão, existem políticas para a prevenção do racismo, da homofobia, da discriminação de gênero e regional nas escolas. Para subsidiar os professores a não cometer nem deixar que seus alunos cometam estes tipos de violência, é desenvolvido um trabalho de capacitação em parceria com as secretarias municipais e estaduais de educação e ONGs. São realizados cursos e ciclos de palestras com a utilização de cartilhas, vídeos, sites e outros materiais didáticos.

Se ainda há muito a fazer, alguns passos importantes já foram dados e servem de modelo. O Programa Educar para a Paz, elaborado pela professora Cleo Fante, é um dos que merecem destaque. Doutora em Ciências da Educação pela Universidade de Ilhas Baleares (Espanha) e pesquisadora do tema, ela desenvolveu o projeto entre agosto de 2002 e dezembro de 2003, na Escola Municipal Luiz Jacob, colégio de Ensino Fundamental localizado na periferia de São José do Rio Preto (SP). Estrategicamente situado entre duas rodovias, o bairro onde fica a escola se transformou em reduto do tráfico de drogas e de extrema violência.

Quem fala com entusiasmo da experiência é Corintha Medeiros, diretora da escola na época. "Havia 495 alunos (de 1ª a 8ª séries) e começou a ser detectado um aumento dos casos que os autores franceses chamam de 'incivilidade' e os ingleses de 'bullying'. Na verdade, jamais tivemos notícias de casos de homicídio ou assalto em nossas dependências, porém sabíamos que alguns alunos e ex-alunos iam para a Febem, por infrações cometidas fora dos muros da escola", lembra.
Para subsidiar os professores a não cometer nem deixar que seus alunos cometam violências, é desenvolvido um trabalho de capacitação
A professora Corintha revela que a redução do problema foi possível com o auxílio das técnicas e da metodologia sistematizadas no livro Fenômeno Bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz, escrito por Cleo Fante. "Contando com o envolvimento de professores, funcionários, pais, alunos e corpo diretivo conseguimos
diminuir os casos de violência, que antes afetavam 66% dos alunos, para o patamar tolerável de 4%, entre 2002 e 2003", afirma.
Programa Educar para a Paz é fundamentado em princípios de solidariedade, tolerância e respeito às diferenças. Estuda-se a possibilidade de sua implantação em várias escolas particulares de todo o Brasil. Assim como nos colégios da rede pública, nestas acontecem casos de violência contra os colegas, os professores e até o patrimônio escolar é dilapidado, sob um tipo de visão muito comum entre crianças e jovens de hoje: "posso destruir porque estou pagando".

Uma das entusiastas da idéia é a presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinepe), professora Amábile Pacios. Ela defende a necessidade urgente de tornar os programas antibullying uma política pública e de levar a discussão não só a algumas, mas a todas as escolas do País. "A violência tem caráter epidêmico. Isto significa que se não tratarmos o assunto com a atenção merecida, nós seremos atingidos por ela, de uma forma ou de outra", alerta.


Algumas propostas do livro Fenômeno Bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz, de Cleo Fante:
• "Os professores, muitos deles também vítimas de agressões, precisam estar capacitados para lidar com as situações que se criam. Os alunos não envolvidos devem ser chamados a denunciar a violência, em vez de serem espectadores silenciosos dela. É preciso haver supervisão nos recreios e a intervenção rápida de um adulto, neutralizando o agressor. Enquanto a agressividade pode ser canalizada em ações produtivas, seus alvos teriam um reforço da auto-estima. Ambos em trabalho individualizado".

• "Grupos de 'alunos solidários' atuariam como verdadeiros anjos da guarda daqueles que apresentam dificuldades de relacionamento, dentro e fora da escola. Alguns 'pais solidários' também seriam chamados a colaborar. A discussão de 'situações-problema' estaria sempre presente nas salas de aula e nos grupos de alunos, onde as soluções costumam surgir. E assim, todos agindo juntos, certamente a paz será reconquistada".
*Jornalistas Amigos da Criança é um projeto da ANDI.
Autora do texto: Sylvia Leal, ex-editora da revista Pais e Filhos, é Jornalista Amiga da Criança desde 1997.

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